Somos muitos, os solteiros. Vivemos sozinhos (sempre ou em part-time) e temos os nossos hábitos fixos: jantaradas com amigos, noites de borga, passeios de fim de semana, grupos de compras ao hiper, visitas com canja a amparar uma constipação, ou simplesmente, a liberdade de dizer "hoje não me apetece" a que se segue um mergulho solitário (ou apenas sozinho) no sofá, com o filme que escolhemos sozinhos, 1 copo de visqui ou 1a cerveja. Um jantar saído de uma lata de atum ou de uma passagem pelo drive-in.
E depois, o outro lado. Uma baixa de tensão que surge de repente, uma queda na casa de banho, batemos com a cabeça e, algures entre uma coisa e outra, perdemos os sentidos. Naquele milésimo de segundo pensamos: quanto tempo vou ficar inconsciente? Quem me vai telefonar primeiro? Quem vai dar pela minha falta? Os meus amigos vão-se preocupar por eu não atender? Ou partirão de princípio que eu não atendo porque estou a trabalhar? Quanto tempo vai demorar até o meu namorado estranhar que eu não lhe atenda o telefone? Quanto tempo vai demorar até achar que alguém deve ir à minha procura? E quando se vai lembrar que quem tem a chave suplente de minha casa são os meus Ts e o X? E se eles não lhe atendem o telefone? E se? E se? E se?
Hoje vim trabalhar. Não estava previsto. A minha colega (que vive sozinha) caiu em casa. Bateu com a cabeça. Não sabe quanto tempo esteve inconsciente - a bem da verdade, nem tem a certeza se desmaiou.
Felizmente, acordou e chegou por si ao hospital.
Nada de grave.
Mas...e se?
2 comentários:
Assustador, o teu post. Claro q n podemos viver a pensar nas eventualidades desta vida, mas dá que pensar. Nada que me faça prescindir da minha rica condição de solteira,no entanto:)
Pois é querida! eu na minha casa se desmaiar, os meus filhos vão usar o meu corpo para alcançar a pinça que adoram e que está numa gaveta alta. O meu filho vai usar a bendita para me "catar" o cabelo que adora! A minha filha vai sentar-se em cima de mim e fazer de cavalinho! O meu marido só vai dar pela minha falta assim que as fraldas encherem tanto, tanto que o vizinho contactou a brigada de saúde (o marido só vai agradecer o silêncio de ter os gémeos entretido). Ok sabes k mais? Vai à m... k saudades de desmaiar e ninguém dar pela minha falta :)
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