sexta-feira, 22 de maio de 2015

Don´t feed the pigeon

Às vezes ponho-me a pensar na lógica dos comerciantes. Na minha rua havia um daqueles mini-mercados onde podíamos comprar uns iogurtes e umas frutas ou um pacote de sal de última hora. Mesmo em frente, pouco tempo depois, abriu outro estabelecimento do mesmo género: uma lojeca com umas bolachas, pão ou açúcar para um desenrasque de última hora.
Como seria de esperar, fecharam as duas. Não há por ali tanta gente que aguente duas lojas (quase) iguais a 5 metros de distância uma da outra.
Além disso, eram lojas onde não dava jeito nenhum ir de carro porque o estacionamento era (e é) um pequeno inferno; afinal, muitos dos próprios comerciantes e moradores ignoram as garagens e estacionam na rua, ocupando, assim, os lugares que, eventualmente, podiam servir à clientela.
Podia ser um sítio onde se arranjasse um lugarinho mas não é: está quase tudo ocupado por pessoas lá da rua.

No que toca às grandes superfícies, a situação é outra: temos, em Ponta Delgada, um hiper- -mercado com estacionamento exterior. Mas, mesmo assim, uma pessoa até vai lá, enfrentando o frio e a chuva. Ou melhor, ia. Nos últimos tempos, no dito parque, acumulam-se os pedintes agressivos que te chamam de puta para baixo se não lhes deres o que eles querem e, a esses senhores, começam agora a juntar-se os "arrumadores".
Sim, era só isso que faltava: ir ao hiper comprar um saco de pão e ter de largar 1 euro para que o senhor me diga que há ali um lugar. Sou míope, não sou cega, graças a Deus. E não vivo numa metrópole. Para que é que quero um arrumador?
Se não fosse tão preguiçosa, iniciava um movimento cívico inspirado naqueles que pedem para que não se alimentem as pombas (a Câmara alimenta as bichas e inclui uma pílula para ver ser elas se reproduzem menos), mas chamava-lhe "Não Alimente o Arrumador".
Mesmo sem pílula, podia ser que não se reproduzissem.

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