terça-feira, 7 de maio de 2013

Dos dias que não me dizem nada.

Não me parece que seja uma grande heresia admitir que sou muito mais devota do Espírito Santo do que do Santo Cristo. Posso não ser grande terceirense - até porque nem sequer sou de gema - mas nisso, não há dúvidas: dêem-me coroas e pombinhas - e sopas, claro, muitas sopas.
Os dias que correm, portanto, não mexem muito comigo. Quando muito, até dou um giro pelas tascas, mas os rumores sobre os preços praticados fazem com que me apeteça comprar no hiper umas morcelinhas de petisco e comê-las em frente à tv.
E o dia da mãe? bah! Como sabem, há anos que a data me fica no goto. O meu irmão telefona-me do cemitério e senta-se na campa a conversar com as duas. Vai contando que sim, que as amigas não a esqueceram e as flores continuam a aparecer renovadas de tempos a tempos.
Segunda-feira? Pois, o meu pai teria feito anos. Mas não fez. As velhas que já eram velhas quando eu tinha 9 anos, continuam a andar pela vila e a dar à língua, mas os meus velhos nem sequer chegaram a velhotes.
Um dia destes salva-se o mês com o aniversário do meu irmão - o meu outro pai. Até lá, maio só serve para ocupar calendário.

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