Diário de um Escândalo.
Uma das mulheres (Cate Blanchett/Sheba) é adúltera e pedófila mas a outra é que é a má da fita.
a)Bem sei que este conceito de adultério está um pouco ultrapassado - transformou-se em "inocentes facadinhas".
b) A questão da pedofilia no filme é difícil de definir já que a "criança" em questão é um sabido de 15 anos.
Ou seja, o que é importante é como este filme nos mistura conceitos aparentemente simples.
Para já, custa-nos implicar com a personagem de Judi Dench - Barbara não é pedófila nem adúltera: é velha, cheia de rugas, e gorda. Mas não é por isso que ninguém lhe pega mas sim porque ela é má/vil/ruim como as cobras e, ao mesmo tempo... temos tanta pena dela - porque ela é velha, feia, gorda, má, chantagista, falsa, manipuladora.
O que nos faz ter pena dela faz-nos odiá-la.
E nós sentimo-nos mal por isso: porque sabemos que odiá-la é descer ao seu nível - e nós não queremos ser comparáveis a ela. É um beco sem saída. Tudo isto sem esquecer momentos hilariantes.
Judi Dench é um portento da representação. Cate Blanchett, idem. E Bill Nighy.
Saí do filme ligeiramente enjoada. Porque o filme é excelente e é isso que pretende.
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