quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

Da noite de consoada.

A propósito da noite de ontem, reparo nisto: toda a comida estava deliciosa. Mas é que estava mesmo.
Acho que sabia a amor.
A mim calhou-me fazer uma alcatra, e fi-la com um tal cuidado em cada pormenor, em cada corte da carne e em cada pedacinho de tempero, que a origem de tal paciência só podia estar no coração. O Rui fez uma sobremesa e também aí lhe vi o mesmo cuidado, a vontade de experimentar algo novo para partilhar com a família, mesmo que obrigasse (e obrigou) a mexer caldas de chocolate até às duas da manhã - para ele, que ainda está no fuso horário de Moçambique, era como se fossem cinco - mas isso não o deteve.
No meu coração, claro, sempre aquele peso de me faltarem os meus. Tenho o irmão num lado e a irmã no outro e os pais no Céu. Pesa. Pesa sempre. Viver também é isto. Também é viver com a morte nos dias felizes.

2 comentários:

Anônimo disse...

E a morte,que não é morte mas que se sente como morte... Um beijo apertadinho no coração.

Cat

Menina da Rádio disse...

Um chuac no coração...