As manhãs conseguem ser uma chatice.
É o despertador que toca e, agora, o frio que começa a espreitar.
As notícias que dizem que a malta escusa de se entusiasmar com a descida da euribor porque ainda não é na próxima "conta" do banco que se vai notar (obrigada, mas até aí já eu tinha chegado).
É o trânsito que não pára para nos deixar passar. Somos nós que nos atravessamos "à maluca" para ver se conseguimos, pelo menos, virar à esquerda.
Mesmo assim, mecanicamente, lá vamos deixando passar um ou outro carro e, de repente, vemos uma mão a acenar: é alguém conhecido que, reconhecido, nos reconhece e agradece com um sorriso matinal. E, por entre o trânsito, ainda se lembra de chamar a atenção dos filhos.
E entre os motores, os semáforos, as buzinadelas e tubos de escape, por um momento só vemos duas mãozinhas a acenar a toda a força, dois sorrisos de crianças que acham muita graça àquela coincidência. Voltam-se para trás - apertadas nas cadeirinhas - para acenar ainda mais um pouco e mandar um beijinho directamente arrancado às mãos gorduchas.
E nem a besta que, logo a seguir, se atravessa à nossa frente sem um pisca ou uma buzinadela, consegue arrancar o conforto que, entretanto, se instalou no nosso peito.
2 comentários:
Gostei do post. Muito ternurento.
Continuas inspirada:) Pela parte que me toca, não vejo nada de nada logo de manhã lol
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