Aos senhores.

Se acham que uma colega de trabalho está com uma roupinha que lhe fica particularmente bem, podem dizer-lhe:
- Estás muito bonita.
Assim, com delicadeza e simpatia e mais nada. Os olhares lascivos e os comentários atrevidos devem - devem mesmo! - ficar reservados para as mulheres ou namoradas. No máximo, sendo uma amiga muito íntima, podem fazê-lo num tom atrevido e brincalhão.
Tá?

Humildade.

Gosto muito de visitar sites de celebridades. Quando confrontada com a minha ignorância acerca do quem é quem sinto-me, como qualquer pessoa confrontada com a sua ignorância, muito mais humilde. E a humildade é uma coisa bonita.

Mariana

A Mariana roía os pés.
Não, não é assim, nem é verdade. Em pequena, a Mariana roía as unhas dos dedos dos pés - assim é que é.
Já adulta, pensava nesses tempos com um certo nojo de saber que tocava os pés com a boca (ou seria a boca com os pés?); mas também é verdade que, já adulta, sentia uma certa nostalgia desses tempos de jovem maleável.
Com a idade, tinha-lhe acontecido o mesmo que a tantos outros: era menos maleável, era mais inflexível (ou será que era menos flexível?). Havia exercícios que se tinham tornado impensáveis. Dolorosos, demasiado arriscados, com demasiadas consequências a pesar - e se abrisse uma dor nas costas? 
De uma coisa, porém, se orgulhava de ter mantido desde a juventude até à idade adulta: não lambia botas.
Podia ter lambido os pés, mas tinham sido os seus próprios pés. Botas - ainda por cima, alheias - não. Isso nunca. 

Glossário de madrasta.

O que interessa é participar. 

Frase que nos é dita quando tivemos dificuldade em perceber uma dada situação de carácter variado, também conhecido como momento dah. De repente, faz-se luz, e percebemos o que nos estão dizer.

No consultório.

- Bom, cara Menina, vou passar-lhe esta receita mas aviso-a de que esta medicação poderá trazer perturbações gastro-intestinais.
- Ah é? E diga-me uma coisa, por acaso isso tira o apetite?
- Não, não, esta não...
- Que chatice, vem aí o Verão, dava um certo jeito!
- Bom deixe-me pensar se posso substituir por outra que faça isso... não, não, não dá, tem mesmo de ser esta.

É uma história sem final feliz, eu sei, mas agradou-me que o sr. dr. tirasse um momento para pensar se me podia fazer um 2 em 1.

Menos mal.

Há pouco, em amena cavaqueira com um agente da autoridade, perguntei-lhe como tinha sido a noite dos amigos pela perspectiva da polícia. Que foi muito boa, disse ele, que as pessoas, ao longo dos anos, se têm tornado cada vez mais responsáveis e que já pouca gente se mete ao volante com grandes bebedeiras. Parece-me uma boa notícia para nos aviar de fds.

Não, não e não.

Não dá - mas é que não dá mesmo! - para ir ver quem é o fulano que me enviou um pedido de amizade no FB e dar de caras com uma foto de capa em que o senhor está em cueca de banho. Bem justinha, de licra, com os tintins todos marcados.
Não dá.

Not again.

Ontem fui à consulta do costume, que é como quem diz à dentista. 
Já vos expliquei que sofro de um pequeno aborrecimento chamado bruxismo, que já me levou a partir dois dentinhos de alto a baixo (a coisa foi tão ruim que foram os 2 para o lixo) e agora, parece que, além de partir os dentes, também estou a estragar as gengivas. As gen-gi-vas. Eu não acho que isto seja normal, mas parece que é. Acontece a quem leva anos a ranger os dentes como se não houvesse amanhã.
A solução é fazer uma plástica. 
A sério??? Tenho para mim que a primeira vez em que alguém me sugere uma intervenção de cirurgia plástica há-de ser coisa para perdurar na memória ainda por muitos anos.
Ou então, claro, posso deixar a gengiva como está e prevenir que piore ou que haja danos noutras gengivas. E como é que eu faço isso? Simples: é só deixar de ter bruxismo. Ha ha.

Diário das obras em casa.

Finalmente voltei a ter notícias do mestre.
Segundo ele, o facto de ter feito uma nova casa-de-banho não significa que seja responsável por ela. Há um cano a derramar para casa do vizinho, mas ele não tem nada a ver com isso. Sabem, é que ele mexeu em todos os canos...mas naquele não. E também não sabe porque é que havia de ter percebido que o cano derramava. Afinal de contas, ele estava demasiado concentrado no cano a) para perceber que o cano b) (colocado 2 cm ao lado) tinha qualquer tipo de problema.
Quanto ao facto de o soalho flutuante ter levantado...bom, ele tanto diz que é porque o soalho flutuante precisa de espaço para flutuar, como diz que, afinal, é o soalho em si que não é apropriado. Seja por um motivo ou por outro, uma coisa é certa: ele montou o soalho, mas não tem qualquer responsabilidade nisso.
A responsabilidade por tudo o que correu mal limita-se ao facto de as juntas dos azulejos da cozinha serem umas pretas, outras cinzentas. Para isso, temos homem.
Quanto ao resto, a minha sorte é que ele é um fofinho muito simpático, e até se dispõe a consertar toda a porcaria que fez em minha casa.
Mediante, claro, um pagamento extra.

Datas.

Já passaram 11 anos da morte da minha mãe.
11 anos precisamente hoje, e até foi numa segunda- feira. A vida segue? Pois segue. Mas não é coisa que se "ultrapasse", como se costuma dizer. Uma pessoa quando "ultrapassa" (como se costuma dizer), acho eu, que quer dizer que quase não volta a pensar num assunto qualquer. Nos nossos pais, nunca deixamos de pensar. Aprendemos a viver sem eles, isso sim. Mas não "ultrapassamos" (como se costuma dizer). Custa viver sem eles? Custa. Ainda dói? Dói.
Mas prefiro conviver com essa dor que está sempre aqui, num cantinho do peito e nunca, nunca "ultrapassar" (como se costuma dizer).

A vida glamourosa de uma Menina da Rádio.

A Menina prepara o alinhamento musical para a emissão do dia e acha-o particularmente inspirado, mas depois percebe que tem de o cancelar porque combinou uma entrevista que há-de roubar tempo de antena a 2 ou 3 canções.
E então senta-se, muito atinadamente, a preparar as perguntas que há-de fazer durante a dita  entrevista e, mal acaba de o fazer, é informada de que a entrevista foi cancelada.
Que nos falte tudo, mas que não nos falte a música...

ia acrescentar no coração mas achei piroseira a mais.

Só na rádio.

Só na rádio, penso eu, é completamente normal as pessoas circularem pelas salas e corredores a ler em voz alta, treinando as entoações, as pausas e a dicção, quase tropeçando nas escadas e rabiscando correcções de última hora.

Oh não.

Está quase no dias das amigas.

Shopping.

Em casa pode faltar-me a fruta, que eu como os iogurtes, ou os iogurtes e eu como o pão, ou faltar o pão e eu como os cereais. Não pode é faltar o café. Aí sim, levanto o traseiro e vou às compras.

A prova...

...de que este nunca poderia ser um blogue de moda porque eu, evidentemente, não percebo nada do assunto.
Os blogues entendidos parecem todos de acordo acerca das maravilhas que apareceram na red carpet da noite dos Globos de Ouro, maravilhas essas que eu não queria nem dadas.
Nem oferecidas.
Nem impingidas.
Nem que me pagassem par...bom, se me pagassem, talvez. Mas com um saco de papel enfiado na cabeça.

Bom, este da JLo, se viesse com maminhas incluídas, talvez.

(mais ou menos plágio)

Remember once upon a time
When I was yours and you were blind
A fire would sparkle in your eyes
And mine

I had it once 

I lost it though

And I wish you could have let me know

I've lost you now, you´ve let me go

Às vezes acontece-me isto: a letra de uma música é 50% perfeita para nós 

e os outros 50% não têm nada a ver. 

Diário das Obras.

Sim, pois claro, ainda as obras. Ou pensavam que uma obra iniciada em outubro com prazo de duas semanas estaria concluída três meses depois? Tá claro que não.
A casa de banho começou a pingar para a arrecadação do vizinho debaixo, portanto, foi fixe.
O soalho flutuante começou...bom, a flutuar...e isso também foi fixe.
Entretanto, percebemos que as juntas nos azulejos da cozinha não são todas da mesma cor. Umas são cinzentas e outras são pretas. E isso também é (adivinhem o quê) fixe.

Glossário de madrasta.

- E a pergunta?

Pergunta retórica que se faz a alguém que acabou de dizer algo sem interesse absolutamente nenhum. Como quem diz "ninguém te perguntou nada, para que é que ´tás a falar nisso?

Entregas da China.

Uma pessoa faz uma encomenda em outubro - repito, em outubro - pensando que dava uma prenda tão tão gira para o Natal e, afinal, recebe-a hoje. A única explicação plausível é a encomenda ter sido, efectivamente, feita na China. Raios.

Contagem II.

1 - Dores.
2 - Febre.
3 - Fraqueza generalizada.
4 - Tremores.
Ir ao dentista é fixe.

Contagem.

Mais um dia, menos um sizo.
three down, one to go. oh dear.

Do livro 11.22.63

Onde é que eu gostava de passar um dia? Dentro da cabeça do Stephen King. E vai daí, talvez não. Se calhar perdia-se a magia, a sensação de puro assombro...apenas traduzível em frases como:
Mas como é que o gajo se lembra destas merdas?

Oh...what to do...

Recebi um email de uma tal Miss Dafina a dizer que, esperando que eu não me aborreça por não nos conhecermos pessoalmente, está com ideias de fazer um negócio comigo, daqueles que me será altamente vantajoso e do qual obterei um lucro fabuloso. E estou prá qui, amaldiçoando esta minha timidez que me obriga a perder oportunidades destas.
Tss, tss.

New kid on the block

Malta, temos vizinho novo em:

http://1qperspectiva.blogspot.pt/

É visitar e comentar sff, que o autor é boa gente :)

Consequências.

Uma possível consequência de não usar um cestinho ou um carrinho quando se vai ao hiper comprar só duas ou três coisas, é acenar a um conhecido com a mão que leva os pensos higiénicos.

Glossário de madrasta.

- Queres um biscoito?

Pergunta retórica que se coloca a alguém que acha - erradamente - que acabou de dizer uma grande coisa.